Indústria de Soja Receberá R$ 11,3 Bilhões em Investimentos até 2027

Projeção do Itaú BBA destaca crescimento no setor de esmagamento, impulsionando a cadeia produtiva e exportações.

Indústria Flix

  17 DE DEZ, 2024


Indústria de Soja Receberá R$ 11,3 Bilhões em Investimentos até 2027

Explicação da Notícia

Entre 2025 e 2027, a indústria de esmagamento de soja no Brasil passará por uma expansão significativa, com investimentos projetados em R$ 11,3 bilhões. Esses recursos financiarão 13 novos projetos, incluindo a construção de plantas e ampliações, que adicionarão uma capacidade diária de 37 mil toneladas e aumentarão a capacidade anual de esmagamento em 11,1 milhões de toneladas. Isso quase dobra a capacidade que entrou em operação no período de 2022 a 2024.

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Com esses novos projetos, a capacidade instalada de esmagamento de soja deverá crescer de 59,8 milhões de toneladas em 2024 para 72,1 milhões de toneladas em 2027, um aumento de 20%. Supondo que a taxa de utilização se mantenha na média histórica de 92%, a moagem anual passará de 54,5 milhões de toneladas em 2024 para 66,3 milhões de toneladas em 2027, representando um crescimento anual de 6,8%.

Impulsionadores do Crescimento

O aumento no esmagamento é atribuído, em grande parte, à crescente demanda por biodiesel, impulsionada pela lei do Combustível do Futuro. Essa legislação prevê uma ampliação gradual na mistura de biodiesel no diesel vendido no Brasil, subindo de 14% em 2024 para 17% até 2027, caso as metas sejam aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética.

Com o consumo de diesel projetado para atingir 72,9 bilhões de litros em 2027, a demanda por biodiesel deve crescer ainda mais rápido, saltando de 9,3 bilhões de litros em 2024 para 12,3 bilhões de litros em 2027, um aumento de 9,7% ao ano. Como resultado, a utilização de óleo de soja na produção de biodiesel crescerá de 5,9 milhões de toneladas em 2024 para 7,9 milhões de toneladas em 2027, um aumento de 34%.

Impactos no Mercado

Apesar da expansão no esmagamento, o excedente exportável de soja em grão deverá crescer. No entanto, estados como Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás podem ter quedas nesse excedente devido à maior utilização local para produção de biodiesel e farelo. Por outro lado, o Mato Grosso deverá liderar o aumento no excedente exportável, adicionando 9,9 milhões de toneladas até 2027, já que não há novos projetos de esmagamento no estado.

O aumento na produção de biodiesel também reduzirá as exportações de óleo de soja para níveis mais baixos, em torno de 1 milhão de toneladas anuais, abaixo da média histórica de 1,8 milhão de toneladas. Em contrapartida, o farelo de soja, subproduto do esmagamento, terá um excesso de oferta no mercado interno. A produção de farelo deve crescer de 42,5 milhões de toneladas em 2024 para 49,2 milhões de toneladas em 2027, ampliando os estoques e pressionando os preços.

A expansão na capacidade de esmagamento de soja reflete o forte impacto da demanda por biodiesel no Brasil. Enquanto o setor aproveita o potencial de crescimento, o desafio será equilibrar a oferta crescente de farelo com o consumo interno e externo, ao mesmo tempo em que se ajusta à dinâmica das exportações de óleo e grãos.

 

— Indústria Flix News

Fonte: noticiasagricolas


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